PF desmonta acampamento em comunidade dominada por garimpeiros na terra Yanomami

Maquinário utilizado pelos garimpeiros também foi destruído, de acordo com a Polícia Federal

Polícia Federal desfez o acampamento de garimpeiros na comunidade de Homoxi, dentro da Terra Indígena Yanomami. A informação foi confirmada pela unidade da Força Nacional em Roraima. Agora, segundo a Polícia Federal, não há mais registro de garimpeiros na comunidade.

A operação realizou a destruição do acampamento e de maquinários utilizados por garimpeiros na região. Homoxi é uma das zonas mais afetadas pelo garimpo ilegal, o que também ameaça as comunidades indígenas.

Em fevereiro, a organização Hutakara denunciou a morte de três indígenas Yanomami assassinados por garimpeiros. Segundo denúncia da associação Yanomami Urihi, uma morte aconteceu na região de Hamoxi dentro de uma área invadida por garimpeiros e as outras duas na região de Parima, na pista de pouso ilegal do garimpo de Xiriana.

As ações de desmonte de pontos de garimpo na terra indígena Yanomami seguem em Roraima. Segundo dados obtidos pela CNN, o Ibama desativou dois pontos de garimpo, dois pontos de apoio logística e desfez 108 acampamentos de garimpeiros durante a Operação Xapiri, entre 6 de fevereiro e 5 de março.

Outra ação recente da Polícia Federal de Roraima foi a destruição de uma aeronave utilizada para o transporte dos minérios obtidos ilegalmente, como ouro e mercúrio. A queima da aeronave aconteceu na última sexta-feira (10).

A destruição do avião ocorreu fora da terra indígena, no município do Cantá, mas era utilizada para o transporte de garimpeiros que atuavam na área demarcada.

Segundo estudo do MapBiomas, a área de garimpo nas terras indígenas aumentou 625% em dez anos. A zona cresceu de 3.000 hectares em 2011 para 19 mil hectares em 2021.

Com isso, também foi registrado aumento de pistas de pouso dentro de áreas protegidas na região da Amazônia Legal ou a pelo menos 5km dessas zonas. De acordo com mapeamento da organização, cerca de um terço das pistas de pouso da região estão em áreas protegidas: 804 das 2.869 pistas identificadas via satélite.

Dessas 804, 320 –ou seja, 11%– foram registradas dentro de terras indígenas. Dentro da terra Yanomami, foram identificadas 75 pistas. Já no estado de Roraima foram registradas 218 pistas.

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Fonte cnnbrasil
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