Caso Marielle: autoridades e familiares se pronunciam após prisão de supostos mandantes do crime

Polícia Federal (PF) cumpre na manhã deste domingo, 24, mandados de prisão, busca e apreensão contra supostos mandantes do homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. 

Os alvos são Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Nas redes sociais, familiares de Marielle e parlamentares se pronunciaram sobre o avanço da investigação seis anos após o crime.

 

Monica Benício, Viúva de Marielle

“Foram 2.202 dias de espera. Seis anos e 10 dias dessa dor que hoje não acaba, mas que encontra, finalmente, um momento de esperançar a justiça e paz, e isso é apenas uma parte do que Marielle e Anderson merecem. E nesse domingo chuvoso de março, a verdade começou a ser desvelada. O que, diante da nossa dor, é o tempo de uma vida inteira depois daquele 14 que marcou mais do que nossas vidas, marcou a nossa carne e o próprio Estado democrático de direito”, afirmou Monica.

Anielle Franco, irmã de Marielle

“Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do Ministro @alexandre. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”, escreveu a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, no X (antigo Twitter), em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que assumiu o caso Marielle na semana passada.

 “Não tem sido fácil esses últimos seis anos. Hoje estamos dando resposta para violência politica, estamos dando resposta pro favelado que votou na Marielle, para as mulheres que colocaram seus corpos a serviço da política”, continuou.

 

Marcelo Freixo, presidente da Embratur

Marcelo Freixo afirmou que a prisão dos suspeitos de mandar matar Marielle é uma oportunidade para o Rio de Janeiro “virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”. Freixo era amigo de Marielle.

“Foram 5 delegados que comandaram as investigações do inquérito do assassinato da Marielle e do Anderson, e sempre que se aproximavam dos autores eram afastados. Por isso demoramos seis anos para descobrir quem matou e quem mandou matar”, escreveu Freixo, no X (antigo Twitter).

“Agora a Polícia Federal prendeu os autores do crime, mas também quem, de dentro da polícia, atuou por tanto tempo para proteger esse grupo criminoso. Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”, emendou.

Deputado Federal Marcelo Freixo durante sessão de votação para presidente da Câmara dos Deputados.

Deputado Federal Marcelo Freixo durante sessão de votação para presidente da Câmara dos Deputados. (Valter Campanato/Agência Brasil)

Flávio Dino, ministro do STF

“Domingo de Ramos, domingo de celebração da Fé e da Justiça. Livro dos Salmos: “Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados.” “Como a palmeira, florescerão os justos, que se elevarão como o cedro do Líbano”, escreveu Dino, nas redes sociais.

Dino, ex-ministro da Justiça, prometeu durante a sua posse que a resolução do caso seria um dos principais objetivos da pasta. O atual ministro do STF deixou o ministério em fevereiro.

Senador Flávio Dino (PSB-MA) concede entrevista. (Roque de Sá/Agência Senado/Flickr)

Antonia Pellegrino, amiga de Marielle

“Nunca vou me esquecer de Rivaldo Barbosa recebendo a família e os amigos da Marielle, no dia 15 de março. Ao sairmos da sede da polícia, o então chefe da civil me disse: qualquer coisa estranha, qualquer insegurança, me liga”. E finalizou: “Hoje, Rivaldo foi preso por não deixar a investigação andar”.

Marina do MST (PT), deputada estadual do Rio

“Vocês se deram conta do que acaba de acontecer? O então chefe de polícia preso pelo assassinato da Marielle. Um deputado. E um conselheiro do Tribunal de Contas. É o Estado e o crime de mãos dadas. Não é poder paralelo. É o crime organizado dentro da estrutura do Estado”, colocou.

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