Aglomeração e cantoria podem aumentar infecções durante Carnaval, diz infectologista

À CNN, Carlos Fortaleza avaliou com "ceticismo" medidas como uso de máscara e distanciamento no contexto do Carnaval

Enquanto as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro organizam os protocolos para a realização dos desfiles de Carnaval nos sambódromos, há certo “ceticismo” em relação às medidas de segurança implementadas frente aos desafios impostos pela variante Ômicron do coronavírus.

Tal sentimento foi descrito por Carlos Fortaleza, médico infectologista e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em entrevista à CNN nesta quarta-feira (20).

Para ele, o Carnaval deveria ser adiado “em três ou quatro meses” para combinar um menor efeito econômico e social sobre as escolas com um cenário epidemiológico mais favorável.

“Sou cético sobre a possibilidade de se realizar um carnaval ou desfile seguindo medidas de segurança. É muito pouco provável que haja distanciamento e uso de máscara”, afirmou. “Apesar de ser um ambiente aberto, quando você tem aglomerações e pessoas gritando e cantando, o vírus se transmite com uma eficácia muito maior”, complementa.

“Mas gente entende quanto que o carnaval significa em termos simbólicos e econômicos. O ideal seria postergar essa festa, talvez em três ou quatro meses”.

Segundo Fortaleza, caso a Ômicron se comporte no Brasil como tem se comportado em países como a África do Sul, é esperada “uma situação mais sob controle” no começo do mês de março – avaliação compartilhada com outros infectologistas.

No entanto, o médico alerta que “não é difícil imaginar que essa queda seja interrompida pelo Carnaval e que os casos voltem a subir” e destaca que, embora a vacinação consiga frear um aumento abrupto no número de casos graves e mortes, o vírus ainda é capaz de gerar novas vítimas.

“Nós estamos confortáveis com trezentas, quatrocentas mortes por dia porque já tivermos quatro mil? Só poderemos estar bem quando pudermos dizer que a pandemia teve um fim”, declarou.

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