SEGURO SAÚDE VIAGEM PARA NÃO SABER O QUANTO VALE UM IMPREVISTO

A primeira vez que percebi a falta de um plano de saúde foi no Peru. Depois de ter encarado uma trilha Inca pelo alto de geladas montanhas, vendo penhascos de arrepiar e caminhado por 5 dias, voltei para Lima. Lá conheci conheci um europeu com a clavícula quebrada por causa de um tombo praticando sandboard. Daí pensei – Ops! Esqueci de comprar o seguro saúde viagem!

Calor no início da trilha Inca Salkantay
Seguindo os penhascos da trilha Inca

No Peru é normal o mal-estar causado pela altitude, água ou comida e isto pode gerar gastos. Embora os custos sejam bem inferiores aos praticados na Austrália, Estados Unidos ou países da Europa, será despesa extra.

Como sempre tive plano de saúde aqui no Brasil, nunca me preocupei com o seguro viagem nacional. Já nas viagens para Europa é obrigatório, portanto, sempre esteve no meu checklist. Agora, em viagens pela América do Sul jamais havia pensado até ver o incidente ocorrido no Peru. E olha que acidentes já aconteceram comigo, principalmente no Forte Santa Teresa, no Uruguai. Mas lá os militares são ótimos e sempre prestaram os primeiros socorros. Além de ser apenas vinte minutos distante de carro do Brasil, caso ocorra uma situação mais grave.

O acidente aconteceu e eu não tinha seguro saúde viagem

Fui para a casa de uma amiga em Mendoza com a segurança de ter uma local por perto. Seriam apenas cinco dias no feriado de carnaval e o seguro saúde viagem nem passou pela minha cabeça. Infelizmente, foi quando mais precisei. Viajamos de carro até o Parque Aconcágua e paramos uma noite no caminho para fazer rafting no meio da Cordilheiras dos Andes. Foi o máximo, mas era nível cinco (o mais perigoso é seis!) e quando veio uma onda que fez todos se encolherem para dentro do bote, o remo veio na direção do meu rosto e cortou minha boca por dentro. Resultado: muito sangue. No meio da adrenalina ninguém percebeu e nem tinha o que fazer, eu precisava era remar para não cair do bote e piorar a situação. Somente quando chegamos ao ponto final, os aventureiros perceberam o meu estado e me deram pedras de gelo para colocar nos lábios.

Morrendo na base do Aconcágua
Morrendo na base do Aconcágua

Não parou por aí…

Ainda atordoada com a batida, pedi água para o chimarrão, esqueci que a tampa da garrafa estava aberta para esfriar e me agachei. Resultado: queimadura de terceiro grau na mão e braço esquerdo. Dei um jeito com gelo e continuamos rumo ao Aconcágua. Para finalizar os desastres do dia ainda teve mais uma desgraça!

Nesse trajeto rumo a Cordilheira dos Andes, subimos mais de dois mil metros de altitude em poucas horas. Quando chegamos ao parque eu estava acabada, mas era preciso tirar foto da maior montanha das Américas e continuei. Depois de me arrastar para realizar o objetivo, caí sem forças, com dor de cabeça e vomitando. A altitude me pegou pra valer e eu jamais havia passado por isso. Uma sensação muito ruim que só aliviou ao baixar dos dois mil metros de altitude.

Somente dois dias depois voltei para o Brasil e fui ao hospital em busca de atendimento. Por sinal, morrendo de medo de ficar manchada devido a queimadura. Felizmente, cuidei bem na hora do acidente e não ficaram sequelas. Os sustos me fizeram tomar uma decisão: aquela seria a última vez sem seguro saúde viagem no exterior.

Desde então, sempre viajo com seguro saúde viagem

Exceto pelas viagens terrestres próximas à fronteira com o Brasil (no máximo 100 km), sempre providencio a assistência em viagem. Afinal, depois de ter passado o narrado acima, fiquei sabendo de várias histórias de imprevistos. Sei de conhecidos que tropeçaram de bobeira e quebraram o pulso ou lesionaram o tendão fazendo trilha. Ainda há situações onde a lei de determinados países (Indonésia é um exemplo) exige que o turista arque com as despesas de saúde dos locais envolvidos, mesmo que a culpa do acidente não seja sua. Nesses países é indicado contratar cobertura contra terceiros.

Acidentes podem acontecer a qualquer hora e podem frustrar uma viagem. Então lembro quantas vezes eu já caí do nada ficando toda esfolada e tive que gastar com remédios, despesas farmacêuticas podem ser caras no exterior e também são cobertas pelo seguro .

Não sou atleta e tenho muito medo de altura, mesmo assim, vivo me arriscando em viagens. Quero conhecer tudo e, às vezes, fico estabanada, desligada e mais propensa aos acidentes de bobeira. A verdade é que o medo de cair não é mais forte que a vontade de experimentar, por isso, continuo arriscando no skisandboardskatebungee jumprafting, além de amar encontrar animais e plantas venenosas fazendo trekking. Mas atenção, a maioria dos seguros que dizem cobrir prática de esportes só cobrem o atendimento onde há infraestrutura. Se machucar no meio do mato, deve se virar para chegar ao atendimento médico mais próximo. Por isso, é importante contratar uma expedição que preste assistência ou verificar se o parque / pista tem serviços de primeiros socorros.

Então aconteceu o imprevisto…

Algum momentos arriscados

Desde que comecei a fazer o seguro com antecedência, nunca mais precisei dele. Que continue assim! E você, já precisou acionar o seguro durante a viagem? Conte sua história no comentário.

Trilha com acampamento em um dos lugares onde mais há bichos peçonhentos
Trilha com acampamento no Outback australiano, onde há mais bichos peçonhentos no mundo
Tentando aprender a surfar na Indonésia
Tentando aprender a surfar na Indonésia
Bugios querendo roubar o equipamento da Roberta
Atrito com animais querendo roubar meu equipamento
Milhares de tombos aprendendo a esquiar na França
Milhares de tombos aprendendo a esquiar na França
Cansada no fim da trilha
Toda arranhada, cansada e roxa no final do canoying na Jordânia
Gastos com farmácia são cobertos pelo seguro saúde viagem
Joelhos esfolados em uma simples caminhada em Buenos Aires
Imagina se a avestruz prefere beliscar o meu olho
Imagina se a avestruz prefere beliscar o meu olho ao invés da ração, na África do Sul

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Fonte territorios
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