Chico Buarque vence o Prêmio Camões 2019
Cantor, compositor e escritor assina obras como ‘Budapeste’, ‘Leite Derramado’ e ‘O Irmão Alemão’
Chico Buarque foi escolhido o vencedor do Prêmio Camões 2019, nesta terça-feira, 21. O Camões foi criado em 1988 e é considerado o principal prêmio da literatura em língua portuguesa. Chico é o 13º brasileiro a levar a honraria, que premia escritores pelo conjunto da obra com 100.000 euros.
O vencedor foi escolhido por uma equipe de seis jurados indicados pela Biblioteca Nacional do Brasil, pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela comunidade africana. São eles os portugueses Clara Rowland e Manuel Frias Martins, os brasileiros Antonio Cicero Correia Lima e Antônio Carlos Hohlfeldt, a angolana Ana Paula Tavares e o moçambicano Nataniel Ngomane.
Chico Buarque já venceu o Jabuti, principal prêmio literário brasileiro, três vezes: em 2010, por Leite Derramado; em 2006, por Budapeste; e em 1992, por Estorvo.
Chico também já escreveu peças de teatro, como Roda Viva, Gota d’Água, Calabar e Ópera do Malandro.
O prêmio
O primeiro vencedor do Prêmio Camões foi o escritor português Miguel Torga (1907-1995), em 1989. O primeiro brasileiro a ser eleito foi João Cabral de Melo Neto (1920-1999), no ano seguinte. Em 1991, o moçambicano José Craveirinha (1922-2003) se tornou o primeiro escritor africano a receber a premiação. Já a primeira mulher foi a brasileira Rachel de Queiroz (1910-2003), em 1993.
Ao todo, um angolano, dois cabo-verdenses, dois moçambicanos, doze portugueses e doze brasileiros receberam a honraria. Em 2006, o luso-angolano José Luandino Vieira se tornaria o segundo representante de Angola, depois de Pepetela, a ganhar o Camões, mas recusou o prêmio por, na época, estar há trinta anos sem escrever.
O último brasileiro a vencer o Prêmio Camões foi Raduan Nassar, autor de clássicos como Lavoura Arcaica e Um Copo de Cólera, eleito em 2016. Além dele, os brasileiros ganhadores do Camões são: João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012) e Alberto da Costa e Silva (2014).