Como surgiram os bonecos gigantes de Olinda? Essa tradição começou em outra cidade

A associação é imediata: Carnaval em Pernambuco lembra os bonecos de Olinda! Atualmente, não é raro encontrar essas figuras espalhadas em outros estados, mas você sabe onde e como a tradição nasceu e se transformou em uma das mais simbólicas? Pensando nisso, vamos voltar ao passado e contar essa história.

Surgiu no sertão

Os bonecos gigantes surgiram na Europa por volta da Idade Média, onde eram utilizados em procissões em forma de santos católicos. Em Pernambuco, ao contrário do que se imagina, não foi em Olinda a sua primeira aparição. Na cidade de Belém do São Francisco, no Sertão do estado, a 481 km da capital, o boneco de Zé Pereira ganhou as ruas em 1919.

Os bonecos surgiram da vontade de um jovem sonhador que ouvia atento as narrativas de um padre belga sobre o uso deles em festas religiosas da Europa. O primeiro boneco foi às ruas da pequena cidade durante o Carnaval de 1919 com o surgimento do personagem Zé Pereira, confeccionado em corpo de madeira e cabeça em papel machê. Somente em 1929 resolveram criar sua companheira, a Vitalina.

A tradição ganhou as ladeiras de Olinda em 1932, com a criação do Homem da Meia Noite, confeccionado pelas mãos dos artistas plásticos Anacleto e Bernardino da Silva. Depois disso, em 1937 surgiu a Mulher do Meio Dia.

Quando foi para Olinda

Em 1974 foi à vez do Menino da Tarde pelas mãos do artista plástico Silvio Botelho Botelho, que popularizou a tradição com criação do Encontro dos Bonecos Gigantes, onde vários bonecos de diversos artistas se encontram para um grande desfile pelo centro histórico de Olinda na terça de carnaval.

Daí em diante se popularizou a tradição do Encontro dos Bonecos Gigantes. No início de 2007, o empresário cultural Leandro Castro criou a nova geração de Bonecos Gigantes juntamente com sua equipe de artistas. O principal objetivo foi a construção e materialização de grandes ícones da história e da cultura brasileira, assim como de personalidades mundiais.

Os Bonecos Gigantes surgiram na Europa, e chegaram em Pernambuco em 1919 – Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

A equipe montada com diversos artistas como: Antônio Bernardo, Aluísio de Nazaré da Mata e a estilista Sineide Castro, responsável pelos figurinos dos bonecos, materializaram grandes ícones da história como: Maurício de Nassau, D. Pedro 1º, Lampião, Michael Jackson, Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna, Dominguinhos, Chacrinha, Alceu Valença, Chico Science, Elba Ramalho, Pelé, Jô Soares, Neymar, Beatles, Rita Lee, Roberto Carlos, David Bowie, Elvis Presley, entre outros.

Somente em 2009, foi realizado na segunda-feira de carnaval a primeira Apoteose dos Bonecos Gigantes no Centro Histórico de Olinda com 30 bonecos, e em 2016 o evento contou com mais de 80 bonecos revivendo grandes personalidades da cultura e história pernambucana, brasileira e mundial.

Nova geração

A nova geração dos bonecos impressiona pelo grande realismo das expressões faciais e figurinos, o que originou o título de museu de cera popular itinerante. Este maior realismo foi obtido na inovação dos materiais utilizados, a matriz moldada em argila para posterior aplicação de fibra de vidro, material este mais leve e duradouro. Além disso, as mãos dos bonecos permaneceram em isopor para não machucar nenhum folião durante as apresentações.

O peso atual dos bonecos, que atingem em média 4 metros de altura, é de 20 quilos. Considerado uma das principais atrações do Carnaval ernambucano, os bonecos gigantes da nova geração fazem a alegria dos foliões em Olinda no principal desfile, e também na capital, saindo do centro histórico no Recife Antigo. Atualmente, também permanecem em exposição o ano inteiro na Embaixada de Pernambuco – Bonecos Gigantes de Olinda.

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Fonte gizmodo
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