Vacinação provavelmente trará fim do estado pandêmico em 2022, diz Pasternak

Microbiologista afirmou à CNN que variante Ômicron mostra que imunização deve ser feita de maneira equitativa

A microbiologista Natalia Pasternak afirmou, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (5), que a vacinação contra a Covid-19 é o que indica que estamos “no começo do fim” da pandemia. Segundo a médica, o processo de vacinação é fundamental para combater o coronavírus e que o Brasil tem “uma população que se vacina”. No entanto, Pasternak alertou que não será o fim da Covid-19.

“A vacinação é o que traz a esperança de que esse ano pode ser o ano em que a gente sairá desse estado pandêmico. Não é o fim da Covid-19, é o fim do estado pandêmico. Provavelmente a gente vai conseguir fazer isso em 2022 com vacinação”, disse.

De acordo com Pasternak, o surgimento e avanço da variante Ômicron é um forte indicativo de que o mundo deve se preocupar em vacinar a população de maneira equitativa. A microbiologista alertou que novas cepas surgem quando o vírus circula mais fácil, e isso acontece justamente quando há pessoas que deixam de seguir as medidas restritivas de segurança.

“Se a gente não conseguir vacinar globalmente, outras variantes como a Ômicron devem surgir. Não podemos ‘bobear’ nas medidas mesmo estando diante de uma possível variante que causa doença mais leve”, alertou.

A microbiologista considerou que ainda não é possível garantir que a variante Ômicron causa quadros mais leves da Covid-19, já que os estudos que analisaram essa possibilidade, por enquanto, só foram realizados em animais. Por esse mesmo motivo, segundo Pasternak, ainda é cedo para apontar possíveis sequelas que a cepa pode deixar no organismo de quem se infectou.

Diante da incerteza, não podemos admitir que é mais leve e não vai causar sequela. Nós não sabemos, precisamos primeiro ter essas respostas para depois tomar respostas de políticas públicas adequadas“, considerou. 

A médica considerou um acerto a decisão do Ministério da Saúde de não exigir prescrição médica para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, e afirmou que a exigência de pedido médico iria “burocratizar e elitizar” a imunização dessa faixa etária.

Pasternak garantiu que a vacina é segura para o público infantil e que, além dos testes clínicos, o Brasil teve a possibilidade de fazer o acompanhamento da aplicação da vacina infantil da Pfizer em pelo menos 8 milhões de crianças que receberam a imunização em outros países.

Sobre os riscos de miocardite em adolescentes, a microbiologista afirmou que os casos reportados foram raros, leves e sem necessidade de hospitalização. Pasternak disse que o risco de adolescentes desenvolverem a doença são bem maiores quando estão infectados com Covid-19 do que com a vacina.

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Fonte cnnbrasil
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