Ministério da Saúde decide reduzir intervalo entre doses de vacina da Pfizer para 21 dias

BRASÍLIA (Reuters) – O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou nesta segunda-feira que o intervalo na aplicação das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 vai diminuir de três meses para 21 dias, conforme previsto na bula do imunizante, embora não tenha adiantado uma data de quando a medida será adotada.

“A gente está só estudando qual é a melhor timming disso, mas que vai diminuir, vai. A gente está estudando junto com Conass e Conasems para, em tripartite, verificar qual a melhor data de reduzir o prazo de 3 meses para 21 dias, encurtando o prazo pontuado pela bula da Pfizer”, disse ele, em entrevista na porta do ministério, referindo-se a colegiados estaduais e municipais da área de saúde.

Desde que começou a ser usada no país, no mês de maio, a vacina da Pfizer sempre teve prazo de 90 dias entre as duas doses, com base em eficácia apontada em um estudo realizado no Reino Unido, mas contrariando a bula do imunizante e adotando um intervalo igual ao da vacina AstraZeneca no país.

O intervalo maior foi uma alternativa para ampliar a campanha de imunização mediante a escassez de doses, e o anúncio da redução do intervalo agora ocorre em um momento de maior oferta de vacinas por parte da Pfizer e dos demais fornecedores.

DELTA E REDUÇÃO

A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta, Rosana Leite, disse que o avanço da variante Delta é a “maior preocupação” do ministério, mesmo destacando que a variante P1 ainda seja a prevalente no Brasil.

Por isso, a dirigente afirmou que a pasta quer ampliar a vacinação na região de fronteira e também analisa reduzir o intervalo das doses.

“Então o norteador nosso é vacinar o máximo possível em D1, provavelmente daqui ao próximo mês, com a perspectiva das vacinas que chegarão –temos previsão de fechar agora com o mês de julho de 40 milhões de vacinas e em agosto 63 milhões–, então nós teremos muitas vacinas e então assim nós pensaremos talvez em reduzir este intervalo, mas ainda está em análise”, disse.

“Está em análise por conta da tempestividade, a quantidade de vacinas que temos hoje e a variante Delta”, reforçou.

Segundo a secretaria, a medida –se adotada– só valeria para a Pfizer porque estudos mostram que o intervalo maior entre as doses da AstraZeneca ajuda na “melhor a formação de anticorpos neutralizantes”. “A única seria a Pfizer e isso consta em bula, as outras não”, comentou.

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Fonte istoe
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