COVID-19: Reino Unido quer adotar estratégia de aprender a conviver com o vírus

Enquanto diversos países não estão medindo esforços com o desenvolvimento de vacinas para prevenir a COVID-19 e eliminar o vírus completamente, o Reino Unido busca, junto à imunização, fazer com que a doença se torne algo tratável para que a população consiga conviver com ela. Matt Hancock, secretário de Saúde britânico, contou em entrevista que a vacinação em conjunto com os novos tratamentos será aliada em um “caminho rumo à liberdade”.

A iniciativa de Hancock não segue a estratégia de eliminar o vírus da região completamente, uma vez que cientistas acreditam que a erradicação do coronavírus seja praticamente impossível. Então, de acordo com as palavras do parlamentar britânico David Davis, eles chegarão “a um ponto em que haverá uma taxa de mortes pela COVID-19, mas em um nível normal, e teremos que lidar com isso”, assim como acontece com o vírus da gripe comum.

Imagem: Reprodução/Anna Shvets/Pexels

Opiniões divididas

O plano vai contra a estratégia Covid Zero, que fala sobre a eliminação do coronavírus derrubando os casos para zero, ou algo perto disso. Devi Sridhar, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, uma das especialistas defensoras desse projeto, acredita que a COVID-19 deve ser tratada da mesma forma que o sarampo, que chegou a ser eliminado de forma ampla em países mais ricos.

Para Sridhar, uma vacinação e sistema de testagem eficaz, além das restrições já conhecidas, pode ser essencial para que haja uma vida doméstica mais dentro do comum, com a volta das idas a bares e restaurantes, eventos esportivos e musicais. Porém, para que isso aconteça, há um preço a ser pago, como curtos períodos de lockdown mais severos e restrições frequentes de fronteira.

Imagem: Reprodução/Torstensimon/Pixabay

Tratar a COVID-19 como foi tratado o sarampo, no entanto, não seria tão fácil, como aponta Adam Kucharski, pesquisador da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. O especialista conta que as mutações do coronavírus que vêm surgindo, tanto no Reino Unido quanto aqui no Brasil e na África do Sul, podem contornar a resposta imunológica do indivíduo, apontando que podem ser necessárias atualizações de vacinas.

Sendo assim, o objetivo atual da Inglaterra é reduzir os riscos e as infecções da COVID-19, deixando um pouco de lado a ideia de erradicar o SARS-CoV-2 por completo, simplesmente por ser um plano fora da realidade atual. Robert Dingwall, do Grupo de Aconselhamento de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes, chegou a dizer que “vivemos ao lado de vírus há milênios” e que “faremos o mesmo com a COVID-19”.

Fonte: BBC

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