Torres nega participação em atos golpistas e diz que prisão foi como “um tiro de canhão”

Declarações foram dadas em audiência de custódia, no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, afirmou em audiência de custódia que sua prisão foi como “um tiro de canhão em seu peito”, e que “jamais daria condições” para a invasão e depredação das áreas internas do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.

As declarações de Torres foram feitas no dia 14 de janeiro, no 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal, no Guará, cidade distante aproximadamente 10 quilômetros de Brasília, para onde o ex-secretário de Segurança Pública do DF foi levado após chegar ao Brasil, vindo dos Estados Unidos.

“Eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família. Isso foi um tiro de canhão no meu peito. No segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília, esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso”, afirmou.

Na audiência de custódia, o ex-ministro declarou que “tentou acalmar” o momento delicado entre os Poderes durante o período em que comandou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, inclusive visitando ministros do STF. Torres também disse que não faz parte do que chamou de “guerra ideológica” e que não questionou o resultado das eleições.

“Eu saio todo dia de casa às 7 da manhã e chego meia-noite. Desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado? Pelo amor de Deus, o que está acontecendo? Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica. Eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, sublinhou.

“Não tem um brasileiro no Brasil que não tenha ouvido um monte de loucuras após a Eleição, e eu sempre no equilíbrio. Eu franqueei a Polícia Federal para acesso da nova gestão, inclusive para oficiar em nome da Polícia Federal. Fiz tudo com gentileza, dentro da lei, tudo certo”, também disse Torres na ocasião.

 

Na quarta-feira (18), Torres permaneceu em silêncio durante depoimento a agentes da Polícia Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou um novo depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, para 2 de fevereiro, às 10h30.

A Polícia Federal havia pedido que o depoimento fosse marcado para esta segunda-feira (23), no mesmo horário, mas Moraes decidiu dar mais prazo para que a defesa de Torres possa examinar os autos das investigações.

Na casa de Anderson Torres, em Brasília, durante uma ação de busca e apreensão, agentes da PF encontraram uma minuta de decreto prevendo uma intervenção na Justiça Eleitoral, o que seria inconstitucional. O ex-secretário é citado em ao menos três inquéritos no Supremo, todos ligados a uma suposta atuação golpista.

(Com Agência Brasil)

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