Lula pede que prefeitos tenham orgulho de serem políticos: “prefiro um político competente do que um técnico”

Presidente discursou em cerimônia de encerramento de encontro promovido por Frente Nacional de Prefeitos

Em um aceno à classe política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na tarde desta terça-feira (14), que os prefeitos devem ter orgulho de serem políticos ao exercerem a função de administradores municipais. O discurso ocorreu durante o encerramento da Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, em Brasília.

Nos últimos anos, ganhou espaço a discussão entre o perfil que mais se encaixaria para o cargo de gestor público. Em campanhas eleitorais recentes a nível local ou federal, o discurso em apoio a habilidades técnicas de um potencial administrador rendeu votos a candidatos a prefeituras por todo o Brasil, e consolidou um contraponto ao chamado “político tradicional”.

“O técnico tem que ter um chefe e esse chefe chama-se político, que tem competência para saber orientar. E é por isso que eu tenho orgulho de dizer para você que eu não nego nunca que eu gosto de política”, opinou o presidente.

“Aprendi a ser político, a gostar de política. Eu prefiro um político competente do que um técnico. Porque o político entende um pouco de tudo e o técnico não sabe de nada”, analisou Lula.

Ao citar a existência de obras que tenham sofrido atraso em seu cronograma recente, o presidente cobrou agilidade das equipes que integram seu governo. Lula também reiterou que dispensará o mesmo tratamento a prefeitos que tenham um posicionamento partidário diferente do seu.

De acordo com Lula, os gestores locais cumprem papel importante ao entender as demandas concentradas em cada cidade, e, para isso, segundo ele, não cabe ao governo federal “cair de paraquedas” nos municípios.

O presidente sugeriu que os gestores locais façam a cessão de terrenos para a construção de moradias populares, e acrescentou que o Ministério do Planejamento trabalha em um levantamento sobre áreas da União que estejam ociosas, onde possam ser erguidos projetos de habitação. O objetivo é conter o déficit habitacional, que segundo Lula, é de seis milhões de residências atualmente.

Lula pede coesão

Mais cedo, o presidente determinou, em reunião ministerial, que nenhum de seus ministros anuncie qualquer política pública antes de acordo prévio com a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa (PT).

O chefe do Executivo alegou que ideias levantadas pelos ministérios precisam ser convertidas em propostas de governo antes de virem a público e disse que sua gestão não pode correr o risco de anunciar algo que não vai acontecer.

Nos bastidores, a fala foi interpretada como um recado para, entre outros ministros, Márcio França (PSB), que comanda a pasta de Portos e Aeroportos, que chegou a anunciar o programa “Voa, Brasil”, com intuito de possibilitar a aquisição de passagens aéreas a R$ 200,00 por aposentados, estudantes, servidores públicos e pessoas com renda de até R$ 6,8 mil.

A iniciativa valeria para voos domésticos com assentos disponíveis durante os meses de fevereiro a junho e de agosto a novembro − período considerado em que há menos procura do que durante os meses de férias escolares.

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Fonte infomoney
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