Em menos de 10 minutos, Bolsonaro abordará Venezuela e liberalismo em Davos
Tempo estimado para leitura: 3 minuto(s)
Em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai aproveitar o discurso que fará nesta terça-feira (22) no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, para denunciar a crise humanitária na Venezuela e manifestar a intenção de tornar o Brasil “mais aberto ao mundo”, com foco no liberalismo econômico.
Segundo um integrante da comitiva presidencial que está em Davos, nos Alpes Suíços, e falou ao UOL sob condição de anonimato, Bolsonaro deve falar por menos de 10 minutos -“sete ou oito”, adotando as linhas gerais “de sempre” do seu discurso.
Ele contou que o presidente aproveitou o voo para a Europa para ensaiar o pronunciamento, que será lido na plenária do fórum, espaço nobre do evento que reúne anualmente a elite econômica e política do mundo.
De acordo com a assessoria da Presidência, o tempo total previsto para a participação de Bolsonaro é de 45 minutos, sendo o primeiro terço reservado para uma reunião privada com Klaus Schwab, fundador do fórum. O presidente então discursará em público e, ao final, responderá a uma sessão de perguntas feitas por Schwab.

-- Publicidade --
Em breve entrevista coletiva na chegada ao país europeu, Bolsonaro disse que fará um discurso “muito curto, objetivo”, para expor medidas que está tomando, segundo ele, para que o mundo restabeleça a confiança no Brasil.
Ainda de acordo com o presidente, o texto foi feito e corrigido por vários ministros, “para que nós déssemos o recado mais amplo possível de um novo Brasil que se apresenta com a nossa chegada ao poder”.
A reportagem apurou que os principais interlocutores de Bolsonaro na elaboração do pronunciamento foram o chanceler Ernesto Araújo e o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Além deles, outros três integrantes do primeiro escalão do governo acompanham o presidente na viagem: Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência).
Um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também foi a Davos.
Conforme relatou o membro da comitiva ouvido pelo UOL, Bolsonaro vai dizer que o Brasil “não vai mais compactuar e apoiar ditaduras sanguinárias como a da Venezuela”, e nem financiá-las..
Esta será uma referência indireta às relações dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff com ditadores africanos, segundo a fonte.
Ao falar sobre o país comandado por Nicolás Maduro, ele vai apontar os problemas que estão ocorrendo na fronteira com o Brasil nos termos de “crise humanitária”, decorrentes de um sistema ditatorial.
“Sem viés ideológico”
Na conversa com a imprensa em Davos, Bolsonaro disse ainda que quer mostrar, por meio do ministro Paulo Guedes, que o país está preparado para que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo “sem o viés ideológico”.
“Que nós possamos ser um país seguro para investimentos, e, em especial, para o agronegócio, muito importante para nós. É o nosso commodity mais caro. Queremos ampliar esse tipo de comércio para mostrar para eles que o Brasil mudou”, declarou.
O presidente afirmou que não vai apresentar “particularidades” sobre as privatizações que seu governo pretende fazer, sob responsabilidade de Guedes. Segundo ele, a agenda detalhada ainda apresentada. “Certeza de que faremos boas privatizações”, concluiu.
Bolsonaro ficará em Davos até quinta-feira (24), quando retorna ao Brasil. Na segunda que vem (28), ele será submetido a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia que usa desde que foi esfaqueado durante um ato de campanha eleitoral, em setembro do ano passado.