Custos com energia e alimentos foram os que mais subiram com inflação, diz ONU

Nos últimos três meses, 71 milhões de pessoas no mundo se tornaram pobres, impactadas pela crise econômica

A pressão inflacionária tem atingido em cheio grande parte da população mundial. E os efeitos mais perceptíveis do indicador aparecem no custo dos alimentos e no preço da energia elétrica, segundo um estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ramificação da ONU.

Segundo o levantamento, o alto custo da energia mundial tem relação com a escalada no preço do petróleo internacional, que sobe desde o início do ano, assim como a maior parte das commodities mundiais.

Já o aumento no valor dos alimentos é associado a dois movimentos recentes. A colheita mundial abaixo do esperado, em função de problemas ambientais, como a escassez hídrica no sul da Itália, e também ao confronto armado no leste europeu, que está impossibilitando o escoamento de grãos tanto da Ucrânia como da Rússia.

A análise feita pelo PNUD leva em consideração todos os 159 países em desenvolvimento, tem como referência os meses entre março e maio, e utiliza como base comparativa a porcentagem da população de cada nação que entrou na linha da pobreza.

Os países mais impactados pelo aumento dos preços são os da África, segundo o estudo. Em média, nações como a Ethiopia, Mali, Nigeria, Sierra Leone, Tanzania and Yemen tiveram o número de pessoas na linha da pobreza acrescido em 5%.

O Brasil, por sua vez, teve um impacto moderado, com uma entrada de quase 1% da população brasileira na linha da pobreza nos últimos três meses, aponta o levantamento. Na prática, a análise fala em quase dois milhões de brasileiros que passaram a viver com dificuldades financeiras.

“Os aumentos de preço sem precedentes significam que, para muitas pessoas no mundo todo, a comida que elas podiam comprar ontem não é mais acessível hoje”, afirma o administrador do PNUD, Achim Steiner.

“Essa crise de custo de vida está levando milhões de pessoas à pobreza e até à fome, a uma velocidade de tirar o fôlego e, com isso, a ameaça de aumento da agitação social cresce a cada dia”, completou.

O estudo feito pelo PNUD estima que, ao todo, a inflação e o aumento no preço levaram mais de 71 milhões de pessoas no mundo à situação de pobreza desde março. E para reverter a situação, o instituto propõe que as transferências diretas de recurso para essa população é a melhor alternativa

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Fonte cnnbrasil
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