EUA fazem buscas por destroços de balão chinês e prometem investigação

O governo Biden afirma que o artefato foi uma tentativa malsucedida de espionagem, mas a China nega

Mergulhadores da Marinha começaram a trabalhar para localizar destroços do balão espião chinês abatido ontem, sábado (4), por um caça americano. As buscas se concentram a cerca de 10 km da costa da Carolina do Sul, disseram autoridades da Defesa. O objetivo do governo dos EUA é entender para que serve o artefato.

Um oficial da Marinha americana afirmou que as buscas podem levar dias e não há prazo para que ela termine. Segundo ele, a operação começou logo após partes do objeto terem atingido a água. O oficial acrescentou que navios da Marinha e da Guarda Costeira — ele não informou quantos — estão na área onde o balão caiu.

 

A derrubada do objeto ocorreu após dias de uma crise diplomática que ainda está longe de acabar. O governo do presidente Joe Biden tem reiterado que o artefato foi uma tentativa malsucedida de espionagem. A China negou e disse que o artefato era um balão meteorológico que se desviou do curso.

No sábado, a imprensa americana divulgou que Biden havia sido convencido por assessores militares a abortar a missão para derrubar o balão em razão do risco de que partes do objeto atingissem alvos civis no solo. Poucas horas depois da operação, porém, o presidente americano afirmou que a ideia era esperar até que o objeto chegasse “a um lugar mais seguro”. O artefato teria dimensão equivalente à de três ônibus.

Quando foi descoberto, na quinta-feira (2), o balão estava próximo à base aérea de Malmstrom, no estado de Montana, que concentra um grande arsenal de mísseis balísticos nucleares. Sem dar detalhes, funcionários do Pentágono disseram ter reforçado a segurança do local para evitar que o balão conseguisse capturar informações sobre a base e seu entorno.

Oficiais do Pentágono afirmaram que o balão foi derrubado em águas relativamente rasas, o que pode facilitar a operação. De todo modo, os mergulhadores da Marinha terão de lidar com a água fria do Oceano Atlântico nesta época do ano. Assim que os destroços forem coletados, o Pentágono disse que entregará o material para ser estudado por várias agências federais de inteligência.

O balão espião desencadeou uma crise diplomática, com o cancelamento de uma visita que o secretário de Estado, Antony Blinken, faria à China entre sábado (4) e este domingo (5) — seria a primeira missão oficial ao país asiático na gestão Biden.

Mary Gallagher, diretora do International Institute e professora de ciência política na Universidade de Michigan, afirmou que “era impossível para Blinken ir e negociar questões realmente difíceis com um balão chinês muito visível flutuando sobre os EUA”.

“Reação exagerada”

O ataque dos Estados Unidos ao balão foi classificado como uma “reação exagerada” pelo país asiático. Em comunicado hoje, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que se reservava o direito de “tomar novas ações” e criticou os EUA por “uma óbvia reação exagerada e uma grave violação da prática internacional”.

A China afirma que o balão era de uso civil, destinado a pesquisas meteorológicas, e que havia entrado no espaço aéreo americano por acidente.

Ontem, militares dos EUA abateram o balão, depois que ele atravessou locais militares sensíveis. O presidente Joe Biden emitiu a ordem, mas queria que o balão tivesse sido derrubado ainda mais cedo, na quarta-feira.

* Da Agência Estado, com agências internacionais

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Fonte r7
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