Rossi minimiza polêmico patrocínio saudita para VR46 na MotoGP

Na última quarta-feira, a VR46 confirmou que no ano que vem terá duas motos e um time completo na MotoGP. A equipe neste ano financia a moto de Luca Marini na equipe Avintia, que deverá deixar de existir para ceder seu lugar à esquadra comandada pelo nove vezes campeão mundial Valentino Rossi.

Entretanto, o anúncio foi visto com sentimentos mistos por muitas pessoas, já que a equipe terá o patrocínio do governo da Arábia Saudita por sua petrolífera, a Aramco. Parceira global da Fórmula 1 desde 2020, a empresa já chegou a ser tida como a maior poluidora do mundo, enquanto que o governo local segue mantendo políticas e posições sociais históricas que desprivilegiam minorias e desrespeitam direitos humanos.

Rossi foi perguntado sobre o tema nesta quinta-feira em Jerez de la Frontera, e acha que a empresa poderá usar a oportunidade para melhorar sua imagem.

“A Aramco nos últimos anos apoiou muitos esportes diferentes, desde o futebol, mas também muito o automobilismo, na Fórmula 1, e para nós é um parceiro importante e pode ajudar a formar a equipe na MotoGP“, disse Rossi.

“E depois, de resto, veremos. Talvez possamos fazer algo para melhorar a situação (dos direitos humanos). Mas, do nosso ponto de vista, a nossa relação é para isso”.

Estranhamente, diversos veículos de comunicação europeus foram alertados pela Aramco que a marca não tinha conhecimento da assinatura de um contrato com a VR46. Entretanto, isso foi desmentido por Rossi.

“Não falei com a Aramco, porque, em primeiro lugar, sou um piloto de MotoGP neste momento… estou concentrado nisso”, disse Rossi.

“Sabemos que temos um acordo com a Aramco para fazer uma equipe de MotoGP. Não sei sinceramente por que a Aramco diz que não sabe.”

“Com certeza estou envolvido, porque obviamente a moto tem ‘VR46’. Mas, sinceramente, temos muitas pessoas na VR46 que trabalharam neste negócio. Sou apenas o chefe. Não falo diretamente com os patrocinadores.”

A imagem feita no comunicado oficial continha uma moto da Yamaha nas cores da Aramco, mas Rossi diz que ainda não sabe com qual montadora seu time irá competir.

“Sobre motos, estamos falando com todo mundo, sinceramente. Aprilia, Yamaha, Ducati… Suzuki também. Não sei muito bem neste momento, mas acho que ainda não está decidido.”

“No início do projeto da VR46 não pensávamos, sinceramente, em uma equipe de MotoGP. Mas, passo a passo, tivemos essa possibilidade e no final pensamos: ‘por que não?’ Todos na VR46 estão muito felizes, porque trabalhamos muito há mais ou menos 10 anos. Começamos da Moto3 no campeonato italiano e chegamos na MotoGP, o que é ótimo para nós.”

“Acho que vai ser divertido e é uma boa forma de permanecer neste mundo quando eu terminar a minha carreira como piloto. Por um lado, não muda muito, Vou decidir durante esta temporada se irei parar de correr ou não, e vai depender, como sempre digo, dos resultados.”

Por fim, Rossi brincou: “mas, por outro lado, talvez a equipe me ajude, porque teria uma vaga extra se quisesse correr nela. Com certeza se eu for o chefe e quiser correr, posso ficar com uma moto para mim. Mas veremos.”

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Fonte f1mania
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