‘Besouro Azul’: Com destaque para Bruna Marquezine, filme vai precisar de apoio do público latino

Protagonizado por Xolo Mariduenã e Bruna Marquezine, filme do Universo DC esbanja elementos da cultura latina, mas deixa pontas soltas no roteiro

Atrás de Barbie, provavelmente uma das estreias mais aguardadas pelo público brasileiro para este ano é o filme Besouro Azul. Com a presença de Bruna Marquezine, de 28 anos, muitos estão colocando expectativas para o longa do Universo DC, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (17).

Entretanto, talvez parte do público vai deixar as salas de cinema com a sensação de dúvida e frustração após assistir ao longa. Mas, ao mesmo tempo, com um sentimento de orgulho ao ver, pela primeira vez, o espírito latino sendo retratado em um filme de super-herói, além do destaque para a atriz brasileira Bruna Marquezine.

Com direção de Angel Manuel Soto e roteiro de Gareth Dunnet-Alcocer, a maioria do elenco é composto por atores com descendência latina. Com destaque para Xolo Maridueña — conhecido por seu papel em Cobra Kai — que dá vida ao personagem principal, Jaime Reyes, o super-herói Besouro Azul.

Na história, Jaime é um jovem de família mexicana, e é o terceiro a assumir a identidade do super-herói. Ele se torna o Besouro Azul após ser escolhido pelo escaravelho, artefato alienígena que se transforma em um “exoesqueleto” tecnológico.

Besouro Azul estreia dia 17 de agosto com Xolo Maridueña e Bruna Marquezine no elenco — Foto: divulgação/warner

Controlada por uma entidade denominada Khaji-Da, dublada por Becky G, cantora norte-americana de origem mexicana, a armadura fornece os mais diversos poderes, como a habilidade de voar e formar diferentes tipos de armas. Além de se deparar com o novo hospedeiro, Jaime Reyes se vê no meio de uma guerra contra a poderosa Victoria Kord (Susan Sarandon), a CEO bilionária das empresas Kord.

De outro lado, o filme apresenta Jenny Kord, personagem que foi criada para o filme e é interpretada por Bruna Marquezine. A jovem, que no filme também é brasileira, é sobrinha de Victoria e a verdadeira herdeira do grande conglomerado Kord. Corajosa e determinada, ela rouba o escaravelho para impedir que sua tia crie um exército de android.

Decidida a derrotar sua tia e honrar os princípios de seu pai, Ted Kord — o segundo Besouro Azul, que é dado como desaparecido no filme — Jenny acaba trazendo Jaime e sua família inteira para o meio dessa guerra.

Besouro Azul — Foto: Reprodução/ Youtube

Enredo dificilmente irá agradar o público de fora da América Latina

 

É nesse momento que o filme se destaca, ao mostrar a união e o amor entre Jaime e sua família. Em todas as cenas de Jaime com seus parentes, eles transmitem muitos sentimentos, seja carinho, tristeza ou alegria, com muitas referências e piadas que são facilmente identificadas pelos latinos.

Essa é uma das razões pelas quais os latinos terão mais facilidade para se apegar e se convencer pelo roteiro, coisa que talvez não irá agradar ao público de fora. Menções de novelas e desenhos mexicanos, críticas ao imperialismo americano, fuga de refugiados, são alguns dos temas abordados pelo filme que podem não ser bem-vistos aos olhos dos gringos.

Besouro Azul estreia dia 17 de agosto com Xolo Maridueña e Bruna Marquezine no elenco — Foto: divulgação/warner

Com relação à atuação de Bruna Marquezine, a atriz, com certeza, exerceu bem o papel de mocinha de filme de herói. É difícil imaginar que sua personagem não exista nos quadrinhos, pois Jenny tem uma força e inteligência que são essenciais para guiar Jaime durante a narrativa.

Ao lado de Xolo Maridueña, a atriz se destaca nas cenas de ação, porém deixa a desejar em cenas de romance. Pelo ritmo da história, momentos em que Marquezine conta mais detalhes de seu passado são puladas e esquecidas. O roteiro pecou em não explorar a brasilidade da personagem, que certamente merecia mais.

Bruna Marquezine em cena de ‘Besouro Azul’ — Foto: Reprodução Instagram

Este não é o único ponto que não foi bem explorado no roteiro. Algumas cenas poderiam ter sido mais elaboradas. Além do pouco desenvolvimento do passado da protagonista feminina, a história do vilão é mencionada poucas vezes, e a falta de flashbacks deixa a história com algumas dúvidas.

Dito isso, o roteiro deixa inúmeros pontos que podem ser abordados para uma continuação do filme. A parte dois do longa seria o ideal para conectar pontas que foram deixadas soltas, além de explorar mais a química entre os personagens de Xolo e Bruna Marquezine.

Pôster de ‘Besouro Azul’ — Foto: Divulgação/Warner
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