Vende e não entrega? Entenda por que o Procon quer pedir a suspensão das operações do Facily

O provérbio popular sempre ensinou que é preciso desconfiar quando a esmola é demais. Pois parece que ele se encaixa perfeitamente com os preços imbatíveis do app Facily – que vende produtos de supermercado, hortifrúti e outras categorias.

No app, três unidades de leite longa vida Italac são vendidas por R$ 4,47. Nos supermercados, uma única caixa custa R$ 3,29. Duas unidades de leite condensado Moça saem por R$ 5,98 – preço de uma única latinha na concorrência.

Esses preços seriam incríveis se não houvesse a chance de o consumidor não receber. De janeiro a outubro, o Procon recebeu 151 mil reclamações contra a Facily. A maioria delas por produtos não entregues e vendas canceladas sem o estorno do pagamento. Também há casos de entrega de produtos estragados e vencidos.

Esse número de reclamações acompanha o tamanho da base de clientes da Facily, estimada em 10 milhões de usuários. Em janeiro deste ano, a empresa tinha 21 reclamações no Procon. Em outubro, o número de casos subiu para 59.539, um crescimento de mais de 283.000%.

“A Facily é recordista absoluta no Procon-SP, nunca um fornecedor no período de seis meses teve esse aumento tão expressivo nas reclamações. Em função desse número alarmante, além da multa, estamos estudando aplicar uma medida mais extrema prevista pelo Código de Defesa do Consumidor, que é a suspensão da plataforma”, avisa Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

Que cuidados o consumidor tem que ter?

O principal deles é desconfiar. “O Procon-SP recomenda que os consumidores fiquem atentos às ofertas que parecem muito vantajosas, preços absurdos, espetaculares. Valores muito abaixo do mercado podem ser indícios de problemas”, explica o diretor do Procon-SP.

O consumidor que passou por esse problema pode procurar o Procon-SP pelo site www.procon.sp.gov.br ou nos postos de atendimento pessoal – Poupatempos Sé, Santo Amaro e Itaquera e posto avançado dentro do 8º Distrito Policial do DECAP (R. Sapucaia, 206, Brás).

O que a empresa diz?

Em nota, a empresa diz que “está em contato e trabalha junto ao Procon-SP há alguns meses a fim de solucionar problemas o quanto antes”.

“A empresa já investe em melhorias na área de tecnologia para aprimorar os setores de atendimento e distribuição. Foram empenhados recursos na construção de um centro de distribuição cinco vezes maior ante ao existente inicialmente e também ampliado o número de pontos de retirada de produtos e parceiros que atuam na plataforma para, assim, ampliar a agilidade na oferta e distribuição de itens”, afirmou a Facily.

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Fonte 6minutos
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