Passageiros dizem que cancelamentos de Uber continuam mesmo após reajuste de motoristas

Passageiros encheram as redes sociais de reclamações após a Uber e a 99 anunciarem que reajustariam os ganhos dos motoristas de aplicativos. Além de pagarem mais pelos mesmos trajetos, os usuários dizem que os motoristas continuam cancelando as corridas.

 

 

O que os aplicativos dizem? As empresas, entretanto, negam que tenha havido reajuste para os passageiros. A Uber atribui as variações de preços ao aumento da demanda de passageiros – esse movimento não foi acompanhado de alta no número de motoristas.

“Nessas situações, o preço dinâmico entra em vigor automaticamente. A ferramenta é muito útil porque, por um lado, faz alguns usuários adiarem as suas viagens à espera de um preço menor e, por outro, incentiva que mais motoristas parceiros se desloquem para atender uma determinada região, de forma a reequilibrar a relação oferta-demanda no mercado”, afirma a Uber.

De quanto foi o aumento? Depende da categoria em que o motorista trabalha (X ou Black, por exemplo) e região da corrida. No caso da Uber, os aumentos no valor-base e quilometragem variaram de 10% a 15%, dependendo da área atendida e da cidade.

Qual o contexto desse reajuste? O aumento foi dado após passageiros criticarem a estratégia dos motoristas de cancelarem as corridas mais curtas, aumentando o tempo de espera por um carro.

Foi suficiente para os motoristas? O vereador de São Paulo Marlon Luz, ex-dirigente da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos), diz que as tarifas ficaram congeladas por seis anos. Segundo ele, em 2016, os gastos com combustíveis representavam 10% dos ganhos dos motoristas de aplicativos. “Se a pessoa ganhava R$ 100, R$ 10 ela gastava com combustível. Sobrava R$ 90. Agora, ela ganha R$ 100 e gasta R$ 40. Com o aumento médio de 10%, o motorista ganha R$ 110 e gasta R$ 40. Sobra R$ 70, menos do que em 2016.”

E a CPI dos Aplicativos? Marlon diz que os trabalhos da CPI dos Aplicativos devem ser retomados na próxima semana na Câmara dos Vereadores de São Paulo. “O passageiro não sabe quanto ele paga para o motorista e quanto vai para a Uber. Numa corrida de R$ 20, a Uber fica com R$ 8. É muita coisa”, afirma ele. “Dependendo do horário, a tarifa sobe para o passageiro, mas o motorista continua ganhando a mesma coisa.”

Marlon diz que a CPI tem ‘objetivos muito intensos’. “Existe uma precificação que não é transparente para o passageiro. A CPI também quer falar da regulamentação desse trabalho. Para as empresas, os motoristas são autônomos. Mas que autônomo é esse que não pode definir o próprio preço do seu trabalho? Quem define é o aplicativo.”

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Fonte 6minutos
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