Sucessão municipal 2020: eleitor de Palmas tende a votar pela renovação, tanto no Legislativo quanto no Executivo. perspectiva é de páreo duro pela frente

Recentes pesquisas de intenção de votos, realizadas para consumo interno dos partidos, veículos de comunicação e entidades empresariais a que O Paralelo 13 teve acesso, vêm demonstrando uma grande insatisfação do eleitorado com seus “escolhidos” na última eleição

 

Por Edson Rodrigues

 

As pesquisas, apesar dos resultados oscilantes, apontam que os eleitores estão preferindo novos nomes, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo. A tendência é clara por nomes novos, ficha limpa e com capacidade para assumir os cargos eletivos em disputa.

 

As candidaturas dos que detém cargos eletivos atualmente não estão ultrapassando os 10,5% de intenções de voto, e amargando rejeições que vão de 50% a 77%.

 

TRANSFERÊNCIA DE VOTO

Entre os políticos com capacidade de transferir seus votos para outros nomes, o ex-prefeito Carlos Amastha  aparece como um dos que podem turbinar as campanhas de seus escolhidos.  Outros nomes nessa lista são o do deputado federal, pastor Eli Borges, do ex-governador Marcelo Miranda, da deputada federal e ex-primeira-dama, Dulce Miranda, do deputado Júnior Geo e do senador Eduardo Gomes.

 

Entre os partidos, a capacidade de transferência de votos para os seus candidatos varia entre 0.86% a 1%.

 

REJEIÇÕES  E “PESQUISAS”

 

Faltando, ainda, 14 meses para o pleito, todos os pré-candidatos têm condições de diminuir a rejeição aos seus nomes entre 35% a 50%.  Para isso, terão que ter marqueteiros políticos tarimbados e com experiência, sendo que, os que estão respondendo a processos na Justiça por suspeita de corrupção, de malversação do dinheiro público, esses terão que contar, além de um bom marketing, com uma boa dose de sorte, uma cara de pau convincente para alegar serm “vítimas de perseguição política”, e muita coragem para recuperar seu grau de competitividade.

 

Por outro lado, não vai adiantar o expediente utilizado por alguns partidos e candidatos, que “importaram” pesquisas a peso de ouro de institutos de renome nacional, e deram com os burros n’água, com resultados até 61% diferentes do que o que as urnas revelaram.

 

“DEUS NOS ACUDA”

Pense em um arrocho!  Essa é a palavra de ordem para os atuais vereadores de Palmas em relação às eleições de 2020, principalmente para os que estão com problemas com a Justiça e os que foram presos por suspeitas de práticas não republicanas.  Esses vivem uma verdadeira situação real de “Deus nos acuda”.

Até agora, os processos correm em segredo de Justiça. Ninguém foi indiciado e ninguém ainda é réu.  Mas, segundo fontes, a tramitação dos processos está em fase de conclusão, aguardando, apenas, as considerações finais, tanto na Justiça Federal quanto na Estadual, oriundos das várias operações de busca e apreensão realizadas desde o fim das eleições estaduais.

 

A Polícia Civil, por exemplo, está de corpo e alma envolvida em uma operação que passou o último fim de semana ouvindo funcionários públicos e empresários, mostrando que subestimar a inteligência das instituições investigativas é uma tremenda burrice por parte dos políticos mal intencionados.

 

Logo, quando se fala em sucessão municipal em Palmas, diante do enfraquecimento de várias lideranças políticas que serviriam de “padrinhos” dos candidatos, temos ainda um pleito sem rosto, sem perfil, pois não se pode falar em candidatos com a garantia de que poderão ser candidatos a prefeito.  No caso dos candidatos a vereador, a coisa fica ainda mais nebulosa, pois as variáveis são infinitas.

 

SEM COLIGAÇÃO

Será a primeira vez que se realiza uma eleição municipal sem a possibilidade das coligações proporcionais para o cargo de vereador.  Isso significa que, em média, para cada vaga de vereador o partido terá que somar seis mil votos.

 

Essa nova condicionante para as eleições leva 99% dos pré-candidatos a evitar partidos que já têm vereadores no exercício do cargo, o que abriu uma busca desenfreada pelos partidos pequenos, que não possuem vereadores eleitos, para que possam concorrer em patamar de igualdade com os demais pré-candidatos, com cada um dependendo apenas do seu trabalho e de sua estrutura política pessoal.

 

ENCONTRO NA CABINE DE VOTAÇÃO

 

O prazo para a filiação em um partido para poder disputar as eleições em 2020, é o dia três de abril de 2020, seis meses antes do pleito.  Até essa data, muita coisa vai acontecer nos bastidores da política palmense e caberá ao eleitor, o soberano, escolher entre os nomes que estiveram á disposição.

 

No dia três de outubro de 2020, o eleitorado palmense terá um encontro marcado com os candidatos, a sós, dentro de uma cabine eleitoral, o único lugar em que todos têm o mesmo valor, sejam eles brancos, negros, pobres, ricos, cultos, ignorantes e assim por diante.  Todos são iguais na hora do voto.

 

Mas o que vai fazer a diferença nas escolhas dos eleitores é uma coisa que os candidatos têm que ter em mente, que é o fato de que milhares desses eleitores estarão entre os que foram demitidos pelos governos estadual e municipal nos últimos meses, juntando-se aos exonerados pela Câmara Municipal, o que aumenta, ainda mais, o descrédito para os candidatos que concorrem a uma reeleição.

 

A soberania do eleitor será aplicada com precisão, levando em conta a situação de cada cidadão com direito a voto, e com o auxílio dos debates promovidos pelos veículos de comunicação e pelas redes sociais que irão reverberar o embate de ideias entre os candidatos.  Logo, os candidatos terão que ter muito cuidado, de agora para frente, para não perder votos à toa, por conta de palavras mal colocadas, de atitudes mal planejadas e, principalmente, de companhias mal vistas pela sociedade.  O “diga-me com quem andas, que te direi quem és”, estará mais em voga do que jamais esteve.

 

Para finalizar, não adianta os detentores de mandato acharem que os servidores públicos municipais, fornecedores e prestadores de serviço estão satisfeitos com suas ações, e são votos garantidos.  Nada disso! Há servidores públicos estaduais com progressões congeladas, empresas falindo por inadimplência do poder público estadual, outras com muitas contas a receber e outros com salários de funcionários atrasados por conta da inadimplência.

 

Até meados de 2020 o governo do Estado precisa estar em dia com todos, servidores, fornecedores e prestadores de serviço, para poder ter a influência que quer e conseguir transferir votos aos seus candidatos. Caso contrário, será difícil manter a simpatia desses grupos.

 

Tudo, todos os atos dos postulantes a cargos públicos, vai entrar na cabine de votação, junto com o eleitor.

 

Por isso, todo cuidado é pouco!

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Fonte oparalelo13
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