A direção do Hospital e Maternidade Dom Orione, em Araguaína, cobra do Governo do Estado uma dívida de R$ 18 milhões. De acordo com a administração da unidade, que também trata pacientes da rede pública, o atendimento pode ser comprometido nos próximos dias. (Veja o vídeo)
É que dos 242 leitos do hospital, 168 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Estado também contratou 10 leitos de terapia intensiva para tratamento exclusivo de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Com as altas taxas de ocupação nas unidades públicas da região, a preocupação fica ainda maior.
O Hospital Dom Orione é referência na região e conta com cerca de 1 mil funcionários. Por causa do atraso dos repasses, a dívida foi acumulando.
Jarbas Assunção, diretor da unidade, explica que se o pagamento não for realizado as chances dos atendimentos à rede pública serem prejudicados são grandes. “O hospital não quer isso. A direção não quer isso, mas se você não tem condição de pagar, por exemplo, fornecedores, alimentação, folha de pagamento e médicos, ele trava”, explicou.
Várias entidades se reuniram nesta quarta-feira (19) para cobrar uma solução. “Isso é um risco às pessoas que vão lá para serem atendidas. Se não há recursos, não há condição de pagar dignamente as pessoas e não há condições de comprar os suprimentos necessários para prestar assistência”, disse Alberto Sousa.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que já pagou R$ 16 milhões ao hospital em 2020, mas a direção da unidade afirma que o valor cobrado é atual. “Esta verba que estamos cobrando de dívida é uma verba vigente. O Governo não pagou este valor”, disse o diretor Jarbas Assunção.
O que dizem os citados
O Hospital Dom Orione informou que e o último pagamento feito pelo Estado é de novembro do ano passado e que o valor repassado foi de pouco mais de R$ 33 milhões. Sobre os R$ 16 milhões que o Governo disse que pagou, a unidade afirma que não é referente à divida e sim a um recurso Federal.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que mantém servidores cedidos com custo anual de mais de R$ 2 milhões e que trabalha para repassar outros recursos destinados para ações de enfrentamento à Covid-19.