Cleo sobre padrão estético: “Saí um pouquinho e começou a porradaria”

Cantora e atriz falou sobre as mudanças em seu corpo durante uma live com a modelo Letícia Muniz

Cleo usou seu Instagram nesta terça-feira (28) para falar sobre autoaceitação. Durante uma live com a modelo Letícia Muniz, via Mídia Ninja, a cantora contou como o público reagiu à sua mudança de corpo com aumento de peso.

“Você não pode querer certas coisas como mulher, e desejar chegar em certos lugares como mulher. É muita coisa alimentando esse nosso ‘auto ódio’. Pressão de estética, ou body shaming, é algo que todas as mulheres sofrem. Eu ainda continuo, mas saí um pouquinho e começou a porradaria. É só sair do padrão que você não pode mais existir?”, questiona ela.

Cleo ainda contou que foi atacada, e que perdeu trabalhos por ter feito diversas plásticas.

“Você vê as mudanças das pessoas com você. É quase como se não te levassem mais a sério. Eu comecei a olhar mais para dentro. Foi uma nova forma de olhar para mim e ficar mais minha amiga. Descobri pessoas leais, que realmente me amam. No meu trabalho, as pessoas ainda são muito preconceituosas. Novas marcas chegaram, e, claro, outras se afastaram. Roteiristas e diretores acharam que eu tinha ficado deformada de tantas plásticas e não quiseram mais trabalhar comigo. Mas acontece. Como eu sou pública, foi um linchamento mesmo. Tinha gente que falava ‘lixo humano’, e eu me sentia atacada”, relembra.

Cleo (Foto: Reprodução/Instagram)

Durante a conversa, Cleo contou sobre os ataques que recebia até de profissionais de dermatologia, o que acredita ter sido principalmente porque engordou.

“Acho ridículo ridicularizar quem faz plástica, e o fato de ter acontecido comigo só porque eu engordei. Muita coisa me deixa chocada, mas ainda mais profissionais de dermatologia falando coisas de preenchimento que eu tinha feito errado, sendo que sou muito clara com tudo o que eu faço. É meu corpo. Sou eu comigo mesma. Só eu sei dos meus motivos, e quem me amar, vai me amar do jeito que eu sou”, conta.

Relembrando toda a sua trajetória de autoaceitação, Cleo definiu o exato momento em que parou de se preocupar com a opinião alheia e cedeu às suas próprias vontades.

“Teve um momento em que eu estava fazendo tanta coisa, e estava tão difícil pra mim, que vi que comecei a engordar e começou toda aquela pressão comigo mesma. Já lia e seguia pessoas que falavam sobre isso. Falei ‘estou fazendo comigo exatamente o que não quero fazer com outras pessoas’. Comecei a ficar mais livre, como ‘quero comer, vou comer’. Obviamente que dentro disso tenho minhas questões. Tenho compulsão, e é muito braba. É uma coisa que trato, às vezes estou melhor, às vezes estou pior. Deixei correr um pouco e ficar à vontade com minhas vontades, desejos e fraquezas… foi muito sofrido, mas foi muito libertador também”, revela.

Cleo (Foto: Reprodução/Instagram)

A cantora ainda justificou a dificuldade da autoaceitação e os ataques que sofreu com questões da pauta feminista, afirmando que o patriarcado reforça competição entre mulheres.

“Eu acho que a rivalidade feminina está tão na gente pelo patriarcado… isso se torna mais uma ferramenta usada para a gente ficar uma contra a outra. Como ‘eu tenho que ser mais magra do que a fulana’. Você se sente melhor do que a outra, ou a pessoa se sente no direito de te falar qualquer tipo de coisa porque você está fora do padrão. Dentro dessa coisa da competição, a gente se sente ameaçada uma pela outra, e tem muito a ver com magreza e padrão de beleza. Não tanto com a inteligência ou fé… Tão bom a gente se alimentar da melhor forma [que quiser]. Cada corpo é um corpo, cada organismo é um organismo. Não existe essa massificação do que é bom para todo mundo. Você parar a sua vida para não comer tal coisa, isso gera uma carga na sua vida”, diz. “Foque em você e vá no seu tempo. Trate-se como trataria a pessoa que você mais ama na vida”, aconselha ela.

Leticia Muniz e Cleo (Foto: Reprodução/Instagram)
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Fonte revistaquem
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